Certa vez uma amiga me disse que tinha dificuldades em se relacionar com pessoas muito diferentes, pessoas de personalidade, status e características diferentes das suas.
Eu disse à ela que durante o teatro de nossas vidas podemos desempenhar muitos papéis. Não uma representação de alguém que você não é, mas sim a expressão exata de um outro lado de você mesmo.
Durante a nossa conversa de copa, enquanto tomavamos nosso café da tarde, aproveitamos para analisar as mais variadas situações em que devemos ser e nos comportar de maneira diferente. Expliquei a ela que as pessoas podem ser comparadas aos ambientes, pois, o jeito como você se comporta numa roda de amigos dentro de um bar, é diferente do jeito como você se comporta dentro de um bistrô. De igual modo, o jeito como você se comporta com aquele grande amigo de infância (com direito a falar todas as bobagens do mundo), será diferente do modo como você tratará o seu chefe, que por acaso é seu amigo lá no trabalho.
Verificamos também, que uma mesma pessoa pode desenvolver personalidades diferentes de acordo ou não com o ambiente.
Conheço uma pessoa que transpira arrogância. Se dar "bom dia" rendesse algum dinheiro, essa pessoa morreria na miséria. Como pode então, essa mesma pessoa ser tão doce quando se trata de seus amores? É por isso que eu costumo dizer que as pessoas são complicadas.
Já imaginou se eu fosse tão infantil (como sou em casa, no meu ninho) na hora de dar os tais conselhos que meus amigos julgam ser tão sábios???
As pessoas são como camaleões, mutam de acordo com o ambiente. E entender isso é importantíssimo pra a nossa sobrevivência. É como saber apreciar uma rosa, dando importância ao seu perfume e não aos seus espinhos.
De repente podemos descobrir que alguém que julgamos ser tão "esquisito", "estranho" ou ainda " meio louco", pode ser a pessoa mais sensata que conhecemos.
Então chego a conclusão que aprender a conviver e deixar pra lá certas coisas, são tesouros muito valiosos. É como os porcos-espinhos, que unem-se pra vencer o frio mesmo ferindo uns aos outros com os próprios espinhos.
